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Tecnologia inédita monitora resíduos na maricultura de SC

Mexilhão e ostra

Um protótipo desenvolvido em parceria entre a Epagri e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promete avançar o monitoramento ambiental na maricultura catarinense. Com uso de alta tecnologia, o equipamento analisa o impacto da criação de moluscos bivalves, como ostras e mexilhões, no ecossistema marinho. Em síntese, o diferencial do sistema está na tecnologia embarcada: sensores de vazão, conectados a um módulo de transmissão de dados via Internet das Coisas (IoT), enviam informações em tempo real para a sede da Epagri, em Florianópolis. A ferramenta já passou por testes laboratoriais e está apta para uso em estudos científicos.

O equipamento simula um ambiente marinho com 12 compartimentos que abrigam moluscos vivos. A água do mar é conduzida para o sistema, e os sensores medem com precisão o volume de água filtrado e a produção de fezes e pseudofezes pelos animais.

O sistema coleta e quantifica de fezes e pseudofezes de moluscos bivalves,
como ostras e mexilhões, agilizando a etapa do estudo para melhor
entender o impacto ambiental da criação desses animais no mar

Como os moluscos se alimentam filtrando a água, a qualidade do alimento influencia diretamente a quantidade de resíduos produzidos, o que pode gerar acúmulo no fundo do mar e impactos ambientais. Os dados são acompanhados em tempo real por meio de um aplicativo próprio. O equipamento já passou pela fase de testes e gera resultados para estudos científicos. O novo sistema permitirá avanços significativos na compreensão da dispersão desses resíduos no ambiente marinho. A ferramenta apoia decisões mais eficientes sobre o uso das áreas de cultivo, adaptando tecnologias internacionais à realidade brasileira.

A pesquisa integra o projeto “Análise da operação unitária de sedimentação das fezes e pseudofezes de moluscos bivalves”, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Além disso, a iniciativa está alinhada aos compromissos da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, promovida pela ONU, reforçando o papel da Epagri no fomento à maricultura sustentável no estado.

Santa Catarina é líder nacional na produção de moluscos bivalves e o
setor envolve centenas de famílias, gera milhares de empregos
diretos e indiretos e movimenta dezenas de milhões de reais por ano

Santa Catarina lidera produção nacional

Santa Catarina mantém sua posição como líder nacional na produção de moluscos bivalves. O estado concentra cerca de 98% da produção nacional de moluscos bivalves, com Florianópolis entre os maiores polos produtores. Segundo dados da Epagri/Cepa no Observatório Agro Catarinense, Santa Catarina produziu pouco mais de 7 mil toneladas de moluscos em 2023. A maior parte da produção são mexilhões, que representam cerca de 5 mil toneladas. A atividade mobilizou 292 produtores no estado em 2023. A maricultura envolve centenas de famílias, gera milhares de empregos diretos e indiretos e movimenta dezenas de milhões de reais por ano.

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