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Emater-MG lança e.commerce de produtos da agricultura familiar

Interface do É do Campo

Queijos, doces, café, biscoito, cachaça, artesanato. Produtos típicos do interior de Minas Gerais que fazem muito sucesso entre os consumidores de todo o país. A boa notícia é que agora está mais fácil adquirir estes e outros itens, comprando diretamente de quem produz. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) lançou uma plataforma de vendas on-line, com uma ampla variedade de produtos do meio rural.

O site É do Campo reúne inicialmente a produção de 40 produtores rurais mineiros. São aproximadamente 250 itens para escolha, que serão entregues no endereço escolhido pelo comprador. O É do Campo faz parte do Programa de Apoio à Comercialização Eletrônica de Produtos e Serviços da Agricultura Familiar desenvolvido pela empresa, com o objetivo de ampliar as vendas da agricultura familiar, graças às tecnologias do comércio on-line. Nas próximas semanas, mais 60 produtores rurais terão seus produtos incluídos na plataforma.

O programa é dividido em dois pilares. Um deles é a disponibilização da plataforma de venda para os produtores. Mas não se restringe a isso. O outro pilar é o serviço de assistência técnica e extensão rural desenvolvido pela Emater-MG para todos os agricultores familiares que fazem parte do É do Campo.

Esta assistência técnica funciona como uma chancela. O trabalho dos profissionais da Emater-MG junto aos produtores familiares garante as boas práticas de produção daquilo que é colocado à venda no site. Outra questão muito importante é a venda sem atravessadores. O objetivo é ligar diretamente o produtor ao consumidor final. Então tudo que está na plataforma é produzido e comercializado pelo próprio agricultor.

Quem faz as compras no site tem a opção de pagar com cartão de crédito ou pix. Os produtores do É do Campo passaram por capacitações promovidas pela Emater-MG para conhecer a plataforma de venda, saber como cadastrar os produtos, receber os pedidos, enviar a mercadoria e emitir nota fiscal.

Habilitação sanitária

A segurança alimentar é outra questão levada em consideração ao selecionar os agricultores que participam do É do Campo. Todos os produtos colocados à venda possuem algum tipo de habilitação sanitária, que pode ser federal, estadual ou municipal.

Interface do É do Campo

Esta habilitação determina para onde o produtor poderá vender seus produtos. Quem possui a habilitação sanitária municipal, por exemplo, poderá vender apenas para o município onde produz. Mas a maioria dos produtos terá entrega para todo o Brasil, pois possui habilitação sanitária federal.

Produtores comemoram a iniciativa

A produtora rural Meire Ribeiro, do município de Sabará, na região Metropolitana de Belo Horizonte, está entusiasmada com a criação do É do Campo. Ela colocou à venda na plataforma uma série de produtos derivados da jabuticaba da marca Sabarabuçu, como molhos, doces em lata e geleias. Tudo com registro para venda em todo território nacional.

Meire Ribeiro, proprietária da Sabarabuçu, empresa que beneficia cerca de 30 toneladas de jabuticaba por ano
Geleia Sabarabuçu

Para a produtora é muito importante ter esta oportunidade de mostrar os seus produtos para mais pessoas na internet, com o apoio da Emater, com a chancela de que seu produto é bom e de qualidade para oferecer ao público.

A produtora diz que há anos conta com a assistência técnica da Emater-MG para ampliar a sua produção e criar uma agroindústria familiar. Tudo começou com um curso de produção de geleia e licor de jabuticaba para as mulheres da comunidade. Ela conta que começou fazendo 200 potes de geleia dentro de casa. Hoje trabalha com 30 toneladas de jabuticaba por ano, tornando-se um dos maiores produtores de derivados de jabuticaba do Brasil.

Já no município de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, uma família de produtores está comercializando o famoso queijo Minas Artesanal. A produção da premiada queijaria Ouro das Gerais é de 70 peças por dia. Os queijos da família já receberam, por exemplo, a medalha de prata do Mundial do Queijo de 2019, em Araxá, e a medalha de ouro no Prêmio Queijo Brasil, em 2023, realizado em Santa Catarina.

Queijo Minas Artesanal Ouro das Gerais

Segundo o produtor Matheus Loreno, a expectativa é muito boa com o É do Campo, pois é uma forma de otimizar o tempo e atender melhor o cliente. É uma maneira também de fidelizar o consumidor, que sabe que o pedido vai ser entregue rápido, com o frete mais barato.

Em muitos casos, a comercialização on-line está criando uma nova dinâmica nas famílias rurais. Há situações em que o produtor rural não tem muito conhecimento sobre as ferramentas digitais. Então os filhos estão cuidando desta parte da comercialização pela internet. São as pessoas que vão ter o maior contato com a plataforma de venda.

Como participar

Os produtores interessados em comercializar no É do Campo devem procurar os escritórios da Emater-MG, verificar se atendem os requisitos de participação, preencher um cadastro e apresentar os documentos obrigatórios conforme a mercadoria a ser vendida.

Segundo a Emater-MG, novos produtos serão incluídos no site semanalmente, sempre que os agricultores tiverem o cadastro aprovado.

O lançamento do site É do Campo faz parte das comemorações dos 75 anos da Emater-MG. A empresa é pioneira no serviço público de assistência técnica e extensão rural no país.

Técnico da Emater-MG em campo junto ao agricultor familiar

“Esse é mais um projeto estratégico do Governo do Estado. Houve muito empenho e dedicação. Hoje temos o primeiro marketplace público governamental do Brasil, voltado para valorizar a agricultura familiar”, disse o presidente da Emater-MG, Otávio Maia, durante o lançamento do É do Campo.

O lançamento do É do Campo fez parte do “Seminário 75 anos da Ater Pública Governamental: Inovações e Soluções”, promovido pela empresa em Caeté, na região Metropolitana de Belo Horizonte, nos dias 5 e 6 de dezembro. Foram debatidos os cenários, desafios e perspectivas para o setor no Brasil. A Emater-MG está presente em 811 municípios mineiros e presta cerca de 2,7 milhões de atendimentos por ano, priorizando a agricultura familiar.

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