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Sombra permite que vacas produzam quatro vezes mais embriões

Rês na sombra em sistema ILPF
O ambiente sombreado reduziu a temperatura da superfície corporal das vacas em diferentes pontos em até 3%

A inserção das árvores no sistema de produção é um dos recursos que podem ser utilizados pelos produtores para diminuir as causas do estresse térmico, já que além de bloquear a radiação solar, as árvores reduzem a temperatura e aumentam a umidade do ar.
 
Pesquisadores da Embrapa Cerrados (DF) verificaram que vacas Gir Leiteiro que tiveram acesso a áreas com sombra de eucalipto produziram quatro vezes mais embriões durante o período mais quente do ano e, ao longo do período do estudo (33 meses), 22% a mais de leite.
A comprovação reforça a importância de oferecer aos animais condições confortáveis para o bom desempenho reprodutivo. Os resultados também estimulam o uso dos sistemas integrados com floresta, pois mantêm árvores nas pastagens.
 
Identificou-se que o uso da ILPF com vacas zebuínas leiteiras pode ser recomendado, pois além de aumentar a produtividade de leite e a quantidade de embriões produzidos, também melhora a qualidade do produto e do pasto, o valor nutritivo da forragem e os parâmetros fisiológicos e comportamentais das vacas.

Mais leite de melhor qualidade

Durante os 33 meses de experimento, os especialistas mediram o desempenho produtivo e reprodutivo de vacas Gir Leiteiro a pasto com a presença e ausência de sombra.

Eles observaram que em dias quentes os animais têm estresse por calor, o que compromete a produção e a composição do leite, a reprodução, a temperatura superficial e o comportamento ingestivo (ingestão, ruminação e repouso). A pesquisa identificou que o ambiente sombreado reduziu a temperatura da superfície corporal das vacas em diferentes pontos em até 3%.
 
Além de aumentarem a produção de leite, as vacas Gir Leiteiro que tiveram acesso às áreas com sombra de árvores de eucalipto proporcionada pelo sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta também melhoraram a qualidade do produto, com 6% a mais de extrato seco desengordurado (extrato seco total, menos o teor de gordura), quando comparado ao que foi produzido pelos animais submetidos a pleno sol.

A presença das árvores melhora a rentabilidade do produtor de leite, tanto por causa do aumento da quantidade do produto, quanto pela possibilidade de melhor remuneração dos sólidos totais pelos laticínios e pela venda da madeira para diferentes usos.

Quatro vezes mais embriões

Esse ambiente específico proporcionado pela sombra e a consequente diminuição da temperatura corporal dos animais impactou também na melhoria dos índices de reprodução dessas vacas em relação aos animais que estavam expostos ao sol.

Os animais que ficaram à sombra também produziram 16% mais folículos na superfície dos seus ovários, e 75% a mais de ovócitos totais foram recuperados pela aspiração folicular. O número de ovócitos viáveis aumentou em 81%, e o e embriões em quatro vezes.

Árvores também beneficiam a pastagem

Os pesquisadores identificaram, ainda, que a qualidade da forragem também é impactada pela presença das árvores no pasto. A proteína bruta do capim no pasto com árvores foi 31% superior quando comparada à do capim do pasto solteiro, e a digestibilidade in vitro do capim sombreado foi 6% superior.

Isso se deve principalmente, segundo os especialistas, à intensificação da degradação da matéria orgânica e da reciclagem de nitrogênio no solo sob influência do sombreamento e ao prolongamento do período juvenil da planta forrageira, o que permite maior tempo para a manutenção de níveis metabólicos mais elevados e, consequentemente, dos nutrientes disponíveis aos animais pelo pastejo.
 
Assista ao vídeo da matéria produzida pela EMBRAPA sobre o estudo.
Fonte: Embrapa Cerrados – Juliana Caldas (MTb 4861/DF)

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