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A influenza aviária de alta patogenicidade exige cuidados extremos

A influenza aviária é uma doença de distribuição mundial, com ciclos pandêmicos ao longo dos anos, e com graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas. No dia 15 de maio de 2023, foi detectada pela primeira vez em território nacional, diagnosticada em aves silvestres – o que não comprometeu a condição do Brasil como país livre de IAAP (Influenza aviária de alta patogenicidade) para o comércio. Porém, o surgimento de focos de gripe aviária no Brasil exige que os produtores reforcem medidas preventivas para evitar a contaminação de suas granjas e o consequente prejuízo aos próprios criadores e às empresas exportadoras. O principal cuidado é a limitação de visitas às unidades produtivas por pessoas estranhas às atividades.

Recentemente registrou-se o primeiro foco da doença em estabelecimento comercial no Brasil, na cidade de Montenegro, RS, o que levou as autoridades sanitárias a isolarem a área afetada e eliminarem as aves da granja, implementando o protocolo de saneamento da propriedade, conforme o Plano Nacional de Contingência. O governo federal notificou os organismos internacionais e parceiros comerciais do país sobre a ocorrência, como parte das obrigações sanitárias globais e o caso levou ao cancelamento do comércio com dezenas de países compradores.

O que voce precisa saber sobre a gripe aviária
Informações da gripe aviária para médicos veterinários

Os vírus de influenza tipo A apresentam alta capacidade de mutação (drift e shift antigênico) e consequentemente de adaptação a novos hospedeiros. A adaptação dos vírus de influenza aviária ao homem já foi responsável por uma alta taxa de letalidade, e a possibilidade de transmissão desses vírus entre os seres humanos pode representar um alto risco para a população mundial. Atualmente os principais fatores que contribuem para a transmissão da influenza aviária são os seguintes:

  • Aves migratórias/silvestres – A exposição direta a aves silvestres infectadas é o principal fator de transmissão da IA. Estas aves atuam como hospedeiro natural e reservatório dos vírus da IA desempenhando um papel importante na evolução, manutenção e disseminação desses vírus. Essas aves normalmente apresentam infecção sem adoecer, o que lhes permite transportar o vírus a longas distâncias ao longo das rotas de migração. As principais espécies silvestres envolvidas parecem ser aves aquáticas, gaivotas e aves costeiras.
  • Globalização e comércio internacional – O intenso fluxo de pessoas ao redor do mundo, assim como de mercadorias, aumenta consideravelmente o risco de disseminação de doenças, incluindo a influenza aviária.
  • Mercados/feiras de vendas de aves vivas – Podem facilitar o contato próximo entre diferentes espécies de aves e outros animais, assim como com o homem, o que além de favorecer a transmissão, aumenta a possibilidade de recombinações genéticas entre diferentes tipos de vírus de influenza.
Informações da gripe aviária para agentes ambientais

Portanto, aplicar medidas de biosseguridade nos estabelecimentos avícolas visando limitar a exposição de aves domésticas a aves silvestres, principalmente migratórias e/ou aquáticas, é a principal medida de mitigação de risco para introdução do vírus da influenza aviária no plantel avícola nacional, e consequentemente, para diminuir o risco de evolução do vírus para formas altamente patogênicas e recombinação com componentes de outros vírus de influenza para formar vírus que podem não apenas infectar seres humanos, como ser transmitidos entre seres humanos.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) está orientando empresas e produtores do setor sobre a necessidade de reforçar os procedimentos de biosseguridade para evitar a propagação das doenças e a interrupção das exportações, que resultaria em reflexo econômico bastante negativo.

Confira as principais orientações

  • Proibição de visitas às granjas tanto por brasileiros quanto por estrangeiros;
  • Quando necessárias, as visitas devem ser limitadas às áreas administrativas e ao entorno das unidades produtivas;
  • O acesso de visitantes só deverá ocorrer mediante o uso de roupas e calçados recomendados;
  • Proibição da entrada de veículos não relacionados ao processo produtivo;
  • Em caso de real necessidade, os veículos deverão passar por desinfecção na entrada e na saída da área das granjas;
  • Manutenção de registro de todas as visitas à propriedade;
  • Observação rigorosa dos períodos de quarentena para visitantes, que pode variar de 03 a 15 dias.
Reforçando as medidas de biosseguridade na granja

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