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Controle de pragas e inseticidas naturais

Joaninha predando pulgões
Realizar o controle de pragas e aplicar inseticidas naturais são passos fundamentais para você formar uma horta orgânica
 
Confira alguns métodos de prevenção simples e que vão facilitar a sua lida na horta!

Controle de pragas

Use hortaliças que protegem a sua horta. Repolho, couve-flor, brócolis, entre outras, possuem grandes folhas (na parte mais externa) que muitas vezes não são consumidas e podem ser utilizadas (sem retirá-las do pé) para cobrir a própria hortaliça ou outro tipo de vegetal. Caso os insetos se aproximem, se alimentarão das folhas externas não utilizadas, e não da parte que você consumirá.

Barreiras físicas. Você pode utilizar objetos para exercerem essa função. A tela de sombreamento ou o “sombrite” é uma alternativa para fazer o controle de pragas. Elas são feitas de material leve, permeável, de polipropileno ou de poliéster. Podem ser apoiadas por aros de arames fincados no solo para obter uma cobertura de proteção firme ou simplesmente são deixadas soltas em cima das plantas.

Catação. Se você tem uma horta de pequeno porte, e ela está infestada de pequenos insetos como pulgões, por exemplo, você pode retirar esses animais indesejados com as próprias mãos de folha em folha. Utilize um pano úmido, certificando-se de não manter esses insetos vivos. Além de ser uma forma de controle de pragas, esse método funciona como terapia. 
Tudo junto e misturado. Não faça a opção de formar uma plantação padrão com vegetais todos iguais e separados simetricamente. As próprias plantas atuam como barreiras físicas para insetos. Quer proteger seu pé de couve do pulgão verde? Coloque-o próximo de uma folhagem de lírio-da-paz ou outro tipo de planta que os pulgões não gostam! Quanto mais misturada e intercalada a posição de seus vasos mais segurança para seus cultivos. Se você quiser intercalar os plantios no mesmo espaço de terra certifique-se apenas de colocar plantas de raízes com formatos diferentes (para uma não sufocar a outra) ou sem efeito tóxico sobre outra (alelopatia – a capacidade de as plantas, superiores ou inferiores, produzirem substâncias químicas que, liberadas no ambiente de outras, influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento). 

Interação entre os diversos tipos de plantas. Algumas plantas, se crescidas no mesmo local, emitirão substâncias tóxicas e sugarão água e nutrientes do seu cultivo, o que acaba prejudicando as defesas da planta cultivada contra insetos. Entretanto, outras plantas podem até funcionar como auxiliadoras de crescimento ajudando a fixar nitrogênio no solo ou até mesmo atuando como proteção física (como abordado no tópico anterior). Espécies como serralha, mentrasto e picão-preto ao redor e nas entrelinhas de hortaliças podem ser utilizados como forma de atrair inimigos naturais, que atuam como predadores e parasitoides dos insetos-pragas. Por isso antes de tirar tudo o que nasceu espontaneamente sem você querer, confira se não é algo benéfico para sua horta.

Controle da umidade. Se você encontrar manchas inesperadas nas folhas, troncos ou caules, confira se não há regas em excesso ou se a planta está em local sombreado demais. Excesso de umidade cria fungos, grandes inimigos da plantação. Mas cuidado, muito sol também pode acabar matando sua plantação. 

As joaninhas. Elas são parceiras dos agricultores. Comem pulgões, moscas brancas e outros insetos prejudiciais. Mas também precisam de pólen e proteção. Para atraí-las, cultive plantas que têm flores em forma de campânula (formato de sino) assim como tulipas e lírios. Esse tipo de vegetal funciona como um armazém de umidade e frescor para as joaninhas, as quais constroem casas nesses ambientes durante o verão. A joaninhas também gostam de erva-doce (Pimpinella anisum L.), coentro (Coriandrum sativum L.), cominho (Cominum cyminum), angélica (Angelica Officinalis), cenoura (Daucus carota sativa), milefólio (Achilea millefollium L.), cosmos (Cosmos bipinnatus), coreopsis (Coreopsislanceolata), gerânio perfumado (Pelargonium sp) e dente-de-leão (Taraxacum officinale L).

ATENÇÃO! Cuidado para não destruir os ovinhos das joaninhas. Eles são minúsculos, amarelos, ovais e costumam ser encontrados em grupos de dez a 15 ovos, levando até cinco dias para eclodirem. As joaninhas costumam depositá-los onde já existem colônias de pulgões; dessa forma, se encontrá-los, evite utilizar inseticida para fazer o controle de pragas, mesmo que seja natural.

Inseticidas caseiros

Chorume orgânico. É um ótimo biofertilizante e, dependendo do uso, também pode ser um bom inseticida natural. O chorume orgânico é o líquido produzido pela decomposição dos alimentos por meio do processo de compostagem com minhocas e pode ser feito em casa. Se ele for diluído em dez partes de água e aplicado nas folhas (no período de sol baixo) e solo, fornecerá micronutrientes que auxiliarão o crescimento e defesa das plantas. Se cada parte de chorume for diluída numa parte de água na proporção meio a meio, a mistura terá potencial inseticida e poderá ser aplicada com um borrifador diretamente nas partes atingidas por pragas. A propriedade inseticida do chorume orgânico pode ser utilizada tanto como forma de combate quanto prevenção a pragas. Mas lembre-se de aplicá-lo somente durante o sol baixo, caso contrário, poderá queimar as folhas do cultivo.

Sabão de coco. Antes de utilizá-lo verifique se em sua composição foram utilizados apenas óleos vegetais e soda cáustica (que não é prejudicial à saúde depois que reage e se transforma em glicerina e sabão). Muitos sabões incluem óleos derivados do petróleo e outras substâncias prejudiciais, evite-os. Para utilizar o sabão de coco misture uma colher dele numa xícara de óleo de coco, despeje essa mistura num borrifador contendo 500 ml de água e aplique diretamente sobre as plantas ou insetos indesejados. Mas cuidado, não confunda pragas com insetos polinizadores como abelhas, que são essenciais para o desenvolvimento das plantas.

Lembre-se! Sabão de coco está previsto na legislação como orgânico, entretanto não é um produto 100% natural.

Alho e cebola. Podem funcionar como inseticida natural. Para isso, deixe ferver cinco dentes de alho e metade de uma cebola em um litro de água por aproximadamente dez minutos. E, após esfriar, pulverize a mistura nas plantas afetadas durante o sol baixo.
 

Urtiga. Colha 200 g de urtiga e deixe descansando num recipiente com dez litros de água durante cinco dias. Após esse período, coe a mistura e pulverize o líquido diretamente nas plantas durante o sol baixo.

Folha de tomate. Se você já teve cultivos de tomate sabe que essas plantas nascem muito facilmente e têm um ciclo de vida bem curto; após a primeira leva de tomates, acabam morrendo naturalmente. Uma forma de aproveitar suas folhas antes de morrerem é fazer inseticida natural.
Para isso, preencha dois copos com folhas de tomate picadas e adicione água. Deixe essa mistura descansando por uma noite, acrescente mais dois copos d’água e pulverize nas plantas durante o sol baixo.
 

Pimenta. Bata no liquidificador cinco a dez pimentas com dois copos de água e deixe a mistura descansando durante uma noite. No dia seguinte, você já pode borrifar nas plantas. Mas cuidado com os olhos e lave bem as mãos após o uso.

Ao utilizar essas técnicas fáceis para se livrar de pragas, certifique-se de não estar eliminando plantas ou bichinhos que são benéficos para a sua horta.

Fonte: eCycle
 
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