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BlogOpinião RuraltecTV – Áreas urbanas verdes: valor subestimado

Parque urbano arborizado com destaque para o flamboyant
Depois de tanto tempo de isolamento, a simples oportunidade de caminhar nas ruas torna-se um momento de extremo prazer e descontração.

No entanto, as diferenças socioeconômicas afetam bastante os diversos ambientes de uma cidade, principalmente os grandes centros, tornando esta possibilidade mais ou menos viável.

Uma das formas de identificar o abismo entre as classes está na observação da arborização ao redor. A cobertura vegetal urbana varia de forma significativa dependendo da situação econômica de diferentes comunidades.

Quanto mais alta a classe, maior a arborização. Simples assim. 

Esta correlação entre cobertura vegetal e renda reflete condições históricas de desigualdade: decisões sobre infraestrutura tomadas décadas atrás, incluindo a arborização, beneficiaram de forma injusta os bairros ricos. As áreas verdes urbanas contribuem decisivamente para consequências desiguais em termos de saúde, prosperidade econômica e bem-estar.

Processo fundamental de arborização
 
As autoridades devem agir de forma proativa para reduzir a desigualdade ao planejar espaços verdes, tornando os ambientes mais equitativos e melhorando a vida dos cidadãos.
 
O que precisamos buscar é condições justas para todos, reconhecendo que diferentes grupos sociais enfrentam desafios únicos e precisam de diferentes níveis de apoio baseados em suas necessidades específicas.

Priorizar infraestrutura verde (instalação e manutenção de parques, margens de rios, valetas de biorretenção, manchas de floresta e arborização das ruas etc.) apesar de ser uma iniciativa economicamente cara, é fundamental para a construção de uma cidade mais integrada e igualitária.
Os espaços verdes urbanos podem criar barreiras à igualdade de acesso (quando não são planejados com o objetivo específico de atender às necessidades de grupos desfavorecidos), mas também podem ser um fator agregador!

Pode perceber: espaços urbanos com pouco verde, refletem os benefícios e direitos mal distribuídos.
 
Moradores de baixa renda vivem em áreas mais quentes, mais expostos a altos níveis de poluição do ar, em geral como consequência de disporem de menos áreas verdes.
E esta situação impacta diretamente em questões de saúde e sociabildade, além de conviverem constantemente com problemas estruturais com inundações.

Poluição e COVID
 
Estudos recentes mostram uma correlação entre a poluição do ar e taxas de mortalidade mais altas por Covid-19.
 
As florestas urbanas, quando planejadas de forma adequada, podem melhorar a qualidade do ar, demonstrando a necessidade de uma distribuição equilibrada das árvores na cidade para evitar que sejam reforçadas desigualdades em termos de saúde.

Cidades inclusivas
 
Os espaços verdes em uma cidade podem ser uma ferramenta valiosa para nivelar a situação de comunidades desfavorecidas em diversos aspectos, incluindo saúde e benefícios socioeconômicos, segurança e resiliência a desastres.
Para que isso seja possível, as autoridades devem estar comprometidas com o bem estar da população como um todo e as comunidades devem cobrar e fiscalizar estes projetos, que podem trazer benefícios adicionais importantes em bairros desfavorecidos, como oferecer um espaço para o lazer e a vida em comunidade, criar ruas seguras e reduzir os gastos com energia relacionados ao resfriamento dos ambientes nas construções.
 
Se você tem alguma ideia que permita uma infraestrutura verde em sua comunidade, entre em contato com a gente. Vamos divulgar o seu projeto juntos!

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