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Opinião – Insegurança alimentar

Mãos famintas segurando uma quentinha

No Brasil, temos 10,3 milhões de pessoas em situação de fome ou subnutrição!

Vamos começar conceituando Segurança Alimentar: É a estratégia ou conjunto de ações – intersetorial e participativa – que consiste no direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.

Logo, a insegurança alimentar é a situação em que a população não tem acesso físico, social e econômico a recursos e alimentos nutritivos que atendam às suas necessidades dietéticas e preferências alimentares para uma vida ativa e saudável.

De acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Agência Brasil, somente nos anos de 2017 e 2018, 4,6% dos domicílios brasileiros eram atingidos pelo problema, o equivalente a 10,3 milhões de pessoas em situação de fome ou subnutrição, sendo 7,7 milhões moradores na área urbana e 2,6 milhões na rural.

Dimensões da insegurança alimentar

Dentro da definição de segurança alimentar da FAO, é possível interpretar quatro dimensões que podem gerar insegurança alimentar. São elas:

Disponibilidade

É a capacidade geral do sistema agrícola de atender à demanda de alimentos. Depende de condições agroclimáticas e de toda a gama de fatores socioeconômicos e culturais que determinam onde e como os agricultores atuam.

Instabilidade

Refere-se à possibilidade de haver risco de perda temporária ou permanente de acesso aos recursos necessários para a alimentação, sejam estes renda insuficiente ou falta de reservas.

Trabalhadores agrícolas sem-terra, por exemplo, podem ficar sem salário em casos de variabilidade climática, como em caso de escassez de chuvas ou quando há aumento do custo de vida em decorrência de mudanças climáticas.

A instabilidade também é presente em casos de trabalhadores sem-terra precarizados. Aqueles que não contam com seguro contra doença, por exemplo, podem ficar sem salário quando não estão aptos a trabalhar.

Acesso

Diz respeito à distribuição de recursos e direitos para aquisição adequada de alimentos para uma dieta nutritiva.

Os alimentos podem estar disponíveis, mas as populações pobres podem não ter acesso a eles, seja por problemas de renda ou devido a outros fatores como conflitos internos, ação de monopólios ou mesmo desvios de dinheiro público.

Utilização

Abrange todos os aspectos de segurança alimentar e qualidade da nutrição. Suas subdimensões são, portanto, relacionadas à saúde, incluindo as condições sanitárias em toda a cadeia alimentar.

Não é suficiente que alguém esteja recebendo o que parece ser uma quantidade adequada de comida se essa pessoa for incapaz de fazer uso da comida porque está sempre adoecendo, por exemplo.

Portanto, a agricultura não pode ser somente voltada à produção de commodities, ela também deve servir para alimentar e gerar renda compartilhada. E não basta que os produtos sejam vendidos a um preço baixo. Esses preços precisam incluir o pagamento decente a todos envolvidos na produção de alimentos.

Há muitos desafios a serem enfrentados, mas as possibilidades são imensas. Tecnologia e inovação com certeza serão aliadas importantes nesta jornada. No Brasil, um dos países mais inovadores no setor do agro, são muitas as experiências enriquecedoras neste sentido.

E você? Tem alguma ideia para combater este problema? Compartilhe com a RuraltecTV.

Assista ao vídeo “Tem Gente Com Fome!”

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