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Evitando acidentes com drone

Drone operando próximo à rede elétrica

Planejamento é fundamental em todas as situações que envolvam a operação de drones como mapeamento da área, marcação de pontos como árvores, postes e outros obstáculos

Com o uso cada vez mais frequente, os drones agrÍcolas (principalmente os que operam com pulverização – equipamentos de maior porte) precisam seguir regras para evitar dor de cabeça aos produtores rurais e à comunidade. Muitos acidentes vêm sendo registrados como batidas em postes de eletrificação, quando o equipamento fica preso na fiação obrigando o corte dos fios de eletricidade. Diferentemente dos drones utilizados para registro de imagens e georreferenciamento, os aparelhos voltados para pulverização são robustos e pesados, podendo carregar até 50 Kg de carga.

As ocorrências acenderam um alerta entre operadores de drones, agropecuaristas e concessionárias de energia. Segundo técnicos de concessionárias de energia, quando surgiram estes drones de pulverização, já imaginavam que os acidentes poderiam acontecer, mas não num elevado número de casos. Por isso, as empresas partiram para campanhas massiva de orientação. Atualmente, o meio rural passa pela expansão no número deste tipo de aeronave. Segundo dados compartilhados durante o evento Droneshow, em 2022, entre 25 mil e 50 mil novos drones de pulverização estarão em atividade no Brasil em cinco anos, média de 5 mil a 10 mil aeronaves por ano.

Drone sendo operado próximo de árvores

Além de danos materiais e transtornos por conta da necessidade de desligar o trecho da rede elétrica para efetuar a manutenção, existe a preocupação com a segurança dos operadores e da comunidade ao redor. Um drone agrícola, pelas próprias dimensões, exige mais treinamento e capacitação do que o equipamento utilizado para captação de imagens.

O drone agrícola opera em uma altura entre 3 e 5 m acima das lavouras, faixa onde estão os cabos de média tensão (com os cabos telefônicos e de internet um pouco abaixo). Sabendo disso, as concessionárias estão se adaptando a essa realidade e partem desse ponto de recomendação e auxílio para a boa convivência entre linhas de transmissão e drones de pulverização.

Acidentes

Recentemente, na região dos Campos Gerais, no Paraná, um drone agrícola colidiu e cortou um cabo de energia de um poste, derrubando a aeronave. Segundo o coordenador da equipe que estava conduzindo o equipamento, o acidente se deu por conta de imprudência do operador, que decidiu voar sem manter contato visual, ao invés de transportá-lo manualmente para outra área.

Esse tipo de situação é mais frequente do que se imagina. É comum acontecer do drone colidir com fios de eletricidade. O equipamento não consegue enxergar esses fios ou galhos muito finos de árvore. Ele detecta apenas estruturas maciças de maior proporção. Outro problema é a perda de conexão entre a aeronave e o operador quando o drone chega próximo de torres e cabos de alta tensão. A influência eletromagnética faz com que o equipamento perca o sinal de GPS e a referência durante o voo.

A solução para esse tipo de ocorrência é manter distância destas linhas. Em muitos casos, o erro é a falta de planejamento de voo, deixando de colocar uma área de bordadura de segurança para não chegar perto da rede elétrica ou de outros obstáculos. Tem que respeitar uma distância de, pelo menos, 3 m, para não ter o perigo de perder comunicação com a aeronave.

Planejamento é fundamental em todas as situações que envolvam a operação de drones. A primeira coisa que o operador deve fazer é o mapa da área, marcando pontos como árvores, postes e outros obstáculos. A falha que leva a essas colisões é no planejamento de voo, seja por inexperiência ou descuido. Então, não se deve confiar cegamente nos sensores do drone. É importante planejar o voo e conhecer os limites da aeronave, sempre com precaução”.

Apesar de a legislação vigente exigir que os operadores tenham curso de capacitação para operar drones, na prática, muitos operadores desconhecem as noções elementares dessa atividade. O mau-uso desses equipamentos por pessoas destreinadas ou sem conhecimento é um problema para o setor. É necessário com urgência melhorar a qualificação dos pilotos para evitar ocorrências.

Para acessar as informações sobre o Curso de Procedimentos Legais para habilitação e uso de drones do SENAR CLIQUE AQUI.

Capacitação em dia de campo sobre drones agrícolas

Algumas dicas para se evitar acidentes com drones agrícolas

Para acessar a cartilha sobre drones do SENAR, CLIQUE AQUI.

Devo adquirir um drone?

Segundo Néder Corso, Técnico do Detec – Sistema FAEP/SENAR-PR, o uso de drones no meio rural é uma realidade. Apesar da relação custo-benefício das aeronaves que fazem imageamento e mapeamento de áreas ser muito vantajosa para a maioria dos proprietários, é necessário um pouco mais de critério na hora de decidir investir em aeronaves de pulverização. As vantagens apontadas pelos fabricantes e revendas são muitas, seja em relação à qualidade da aplicação (não existe amassamento), à economia de insumos e à maior segurança operacional, tanto para o aplicador, quanto para o meio ambiente (ultrabaixo volume de calda e aplicação localizada).

Curso sobre drones do Senar

Para atuar em acordo com a legislação brasileira, o proprietário de drones agrícolas precisa atender a uma série de exigências dos órgãos regulamentadores. Uma delas determina o registro e a apresentação de relatórios mensais, um responsável técnico e um aplicador aeroagrícola remoto. Também precisa contar com piloto qualificado, que entenda tanto da tecnologia de aplicação, quanto das técnicas operacionais propriamente ditas. Por fim, é fundamental entender que um drone de pulverização não traz as soluções por si só, exige profissionais multidisciplinares, que entendam dos conceitos agronômicos, de agricultura de precisão e de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para geração dos mapas de aplicação.

O Sistema FAEP/SENAR-PR oferta o curso “Operação de Drones. Um dos destaques dessa formação é o reduzido número de participantes (seis a oito), o que permite a todos realizarem voos. O objetivo é contribuir com a difusão e a adoção da tecnologia, mas também evitar histórias de insucesso, com produtores insatisfeitos com os resultados e equipamentos perdidos ou avariados por imperícia.

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