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Casos de raiva herbívora são confirmados no RS

Morcegos abrigados em casa abandonada

A doença letal é causada por um vírus, que pode acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos e é transmitida por meio da arranhadura, mordedura ou lambedura de animais raivosos

O Rio Grande do Sul registrou 78 casos de raiva herbívora em 2023, distribuídos em 31 municípios do estado, conforme divulgado pelo Programa de Controle da Raiva Herbívora da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Informe Raiva 2023.

Comparado a 2022, quando foram identificados 109 focos em 37 municípios, houve uma redução no número de casos. No ano passado, o Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF) confirmou casos positivos para raiva herbívora em 74 bovinos, três equinos e um ovino. Os meses com maior incidência foram maio, junho e agosto do ano passado.

Segundo os técnicos, o número de focos no período de outono e inverno sempre é maior, por isso recomenda-se a vacinação dos animais no verão, para que a vacina possa ter tempo de fazer efeito e produzir anticorpos. A diminuição de casos se deve às campanhas de vacinação e aos alertas epidemiológicos realizados pela Seapi ao longo do ano. Foi implementado um controle intenso dos morcegos em campo, principalmente nas áreas dos focos e a ideia foi reduzir ou mitigar, impedindo que houvesse prejuízos maiores para os produtores rurais.

A doença letal é causada por um vírus, que pode acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. Ela é transmitida por meio da arranhadura, mordedura ou lambedura de animais raivosos. A principal forma de transmissão da raiva para herbívoros é pela mordedura do morcego hematófago Desmodus rotundus. Esses animais costumam habitar troncos de árvores, cavernas, fendas de rochas, túneis e casas abandonadas.

Os produtores rurais são orientados a não tentar capturar os morcegos por conta própria ao encontrar seus refúgios e comunicar imediatamente a localização desses locais à Inspetoria ou ao Escritório de Defesa Agropecuária do município.

Equipe da Defesa Agropecuária em ação

A captura dos morcegos é realizada exclusivamente pelos Núcleos de Controle da Raiva do Estado, devidamente treinados e vacinados contra a raiva. As equipes são acionadas pelas regionais da Secretaria da Agricultura sempre que há sintomas de raiva em herbívoros ou altos índices de mordedura em animais de produção em uma determinada região.

Sintomas

Animais de produção: geralmente apresentam raiva paralítica, começando com mudança de comportamento e evoluindo para perda de apetite, andar cambaleante, dificuldade de respirar e engolir, paralisia e morte.

Cães e gatos: geralmente apresentam a raiva furiosa, tornando-se agitados, agressivos e procurando lugares escuros. Outros sintomas são salivação intensa e apetite estranho, com ingestão de objetos que não fazem parte da alimentação.

O vampiro comum (Desmodus rotundus) – Foto: Joel Sartore 2024

Procedimentos

Vacine animais de produção, cães e gatos anualmente: Em locais de maior ocorrência de raiva, a vacinação dos animais de produção pode ser feita duas vezes ao ano. Conserve a vacina na geladeira, nunca no congelador. Transporte a vacina em caixa de isopor com gelo. Mantenha a vacina resfriada até o momento da aplicação. Para isso, utilize caixa de isopor com gelo em tamanho suficiente para o frasco e para a seringa cheia. Leia as instruções do fabricante e siga corretamente as orientações. Não vacine os animais em horário de muito calor ou expostos ao sol. Se o animal (filhote ou adulto) nunca foi vacinado contra raiva, aplique a primeira dose e repita 30 dias depois. Aplique a vacina por via subcutânea ou intramuscular. Sempre verifique a data de validade da vacina.
Utilize pasta vampiricida nos animais atacados por morcegos: A pasta deve ser aplicada ao redor da ferida quando entardecer.
Avise a Defesa Agropecuária ou os Núcleos de Controle da Raiva caso os animais estejam sofrendo ataques de morcegos na propriedade.
Não tente capturar os morcegos por conta própria.
Comunique se houver abrigo de morcegos na região (cavernas, furnas, lavras, casas e construções abandonadas, etc.).
Em caso de suspeita da doença: isole o animal, evite manipulá-lo e notifique a Defesa Agropecuária ou os Núcleos de Controle da Raiva.

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