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BlogOpinião RuraltecTV – Conectividade no Campo – Levar apenas o sinal não é o suficiente!

O Brasil enfrenta o grande desafio de conectar a metade da população rural e melhorar a qualidade da internet da outra metade.
 
Para esta missão, as políticas orientadas para a expansão da internet na ruralidade devem considerar a diversidade e as necessidades específicas das populações que vivem no campo
 
Segundo os especialistas, assim como em outros momentos da história, trens, rodovias e estradas foram temas muito importantes para o desenvolvimento, o tema agora é a internet.
 
No Brasil, 47% da população rural têm acesso a conectividade significativa, ou seja, com sinal de qualidade e equipamento adequado, sendo que 46% dos pequenos estabelecimentos agropecuários têm sinal de 3G e 39% de 4G.
No caso dos empreendimentos médios, o sinal de 3G e 4G alcançam 44% e 34% respectivamente e no caso dos grandes empreendimentos, 39% e 27%. O sinal, porém, é de média qualidade.
O fato de a pessoa ter acesso não quer dizer
que ela saiba usar a internet!
É possível que não tenha um aparelho ou
só use o celular só para falar.

Contraste

Há no Brasil duas dinâmicas principais de produção agropecuária: aquelas de empreendimentos agropecuários de baixo rendimento e as inseridas no mercado global.
 
Dos cinco milhões de estabelecimentos agropecuários do país, três milhões, ou seja, 60%, tendem à perda da produtividade. São aqueles com renda de menos de R$ 25 mil reais por ano. No outro extremo, 1% está inserido na dinâmica global, com ganhos de produtividade, aumento de escala e incorporação de tecnologia de última geração.
A grande alavanca para otimizarmos sistemas de produção e a produtividade será por meio das ciências digitais, responsável pelo salto da produção média brasileira de 1.500 a 1.800 para 3.000 a 3.500 Kg/ha em um período de cerca de 30 anos.

Recursos e Legislação
 
O Estado precisa garantir as fontes de financiamento para que os agentes privados façam os investimentos. Em novembro foi aprovado o Projeto de Lei 172, que muda a estrutura do Fundo de Financiamento das Telecomunicações.
 
Até então, este fundo só podia ser usado para projetos de expansão de telefonia fixa, foco no antigo arcabouço legal, da década de 90, que perseguiu a universalização deste serviço. Agora o fundo poderá ser usado para quaisquer projetos para a expansão de acesso à internet.

Capacitação e heterogeneidade
 
Temos que pensar em softwares e plataformas adequadas ao mundo rural e em recursos humanos para capacitar as pessoas.
 

Quando falamos do mundo rural, não podemos pensar em um mundo homogêneo, pois há populações indígenas e precisamos trabalhar com elas considerando suas características. As mulheres da ruralidade têm necessidades diferentes das mulheres urbanas e, embora estejam no campo, os jovens que lá vivem são parte de uma geração digital e precisam ter a possibilidade de aproveitar tudo o que está acontecendo.

A expansão da tecnologia não ensina as pessoas como usar a tecnologia.
 
Políticas para a ruralidade, inclusive as digitais, precisam considerar o tripé sobre o qual esse setor se sustenta: cooperativismo, assistência técnica e crédito rural.
 
Assista ao webinar na íntegra.

Fonte: Baseado em artigo da Gerência de Comunicação Institucional do IICA

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